Aplicações Financeiras em nome da Empresa: quanto sua empresa realmente paga de imposto?

Por Getson Dhein

Descubra como funciona a tributação sobre os rendimentos de investimentos feitos no CNPJ e evite perder dinheiro no resgate.

Sempre que uma empresa decide aplicar seus recursos em investimentos financeiros — como CDBs, fundos de renda fixa, Tesouro Direto ou LCIs — surge uma pergunta fundamental:
“Quanto será descontado de imposto no momento do resgate?”

A resposta varia conforme o regime tributário da empresa: Lucro Presumido, Lucro Real ou Simples Nacional. Cada um possui regras e alíquotas próprias, que impactam diretamente no ganho líquido do investimento.

Além disso, há um ponto importante: nos regimes do Lucro Presumido e Lucro Real, o imposto de renda retido na fonte pela instituição financeira não é o imposto final. Ele funciona como uma antecipação, que deve ser compensada no momento da apuração dos tributos da empresa, já que os rendimentos entram na base tributável.

📊 Lucro Presumido

As empresas do Lucro Presumido estão sujeitas a:

  • IRPJ: 15%
  • Adicional de IR: 10% sobre a parcela que exceder R$ 60.000/trimestre
  • CSLL: 9%

📌 O IR retido na fonte (normalmente 15%) é compensado na apuração. Porém, o rendimento entra integralmente na receita tributável da empresa.

🔍 Exemplo completo:

A empresa resgatou R$ 100.000 de um CDB com rendimento de R$ 10.000.

  • Tributação total esperada:
    • IRPJ: 15% sobre R$ 10.000 = R$ 1.500
    • CSLL: 9% sobre R$ 10.000 = R$ 900
    • Total devido: R$ 2.400
  • IR já retido na fonte pelo banco:
    • 15% sobre R$ 10.000 = R$ 1.500
  • Complemento a pagar na apuração mensal:
    • Apenas a CSLL de R$ 900

📌 Carga efetiva: 24% — o IR é compensado e a CSLL deve ser recolhida via DARF mensal.

📈 Lucro Real

Neste regime, além de IRPJ e CSLL, incidem:

  • PIS: 0,65%
  • COFINS: 4%

O rendimento entra como receita financeira e compõe o lucro operacional do mês. O IR retido também pode ser compensado.

🔍 Exemplo completo:

Rendimento de R$ 20.000 em um fundo de renda fixa:

  • Tributação esperada:
    • IRPJ: 15% = R$ 3.000
    • CSLL: 9% = R$ 1.800
    • PIS + COFINS: 4,65% = R$ 930
    • Total: R$ 5.730
  • IR já retido na fonte:
    • 15% sobre R$ 20.000 = R$ 3.000
  • Complemento a pagar:
    • CSLL: R$ 1.800
    • PIS/COFINS: R$ 930

📌 Carga efetiva: 28,65% — parte do IR é compensado, e os demais tributos são recolhidos no mês do rendimento.

🧾 Simples Nacional

  • A única tributação é o IR retido na fonte, conforme tabela regressiva.
  • Esse IR é definitivo, e não há cobrança de outros tributos.

📅 Tabela IRRF:

Prazo da aplicaçãoIRRF Retido
Até 180 dias22,5%
De 181 a 360 dias20%
De 361 a 720 dias17,5%
Acima de 720 dias15%

🔍 Exemplo completo:

A empresa aplicou R$ 100.000 por 365 dias e teve rendimento de R$ 12.000.

  • Alíquota IRRF: 17,5%
  • Imposto retido no resgate:
    17,5% de R$ 12.000 = R$ 2.100
  • Não há mais imposto a recolher.

📌 Carga efetiva: 17,5% — simples, direto e encerrado na fonte.


📊 Comparativo Visual: PJ x PF

A seguir, um quadro comparativo que resume as principais diferenças entre os regimes tributários e a pessoa física, considerando alíquotas efetivas e forma de incidência:

CenárioAlíquota Efetiva (%)IR Retido Compensável?
Lucro Presumido24%Sim
Lucro Real28,65%Sim
Simples Nacional17,5%Não (definitivo)
Pessoa Física (até 180 dias)22,5%Não (definitivo)
Pessoa Física (acima de 720 dias)15%Não (definitivo)

⚠️ A tabela mostra que, em muitos casos, investir como pessoa física pode ser mais vantajoso, dependendo da origem dos recursos e do enquadramento da empresa.


⚖️ Pessoa Física x Pessoa Jurídica: qual é mais vantajoso?

Enquanto na Pessoa Jurídica (Lucro Real ou Presumido) a carga pode chegar a até 34%, na Pessoa Física a alíquota pode ser tão baixa quanto 15%, conforme o tempo de aplicação.

Por isso, se o recurso for de lucro já distribuído ou do patrimônio pessoal do sócio, muitas vezes é mais eficiente aplicar como CPF do que no CNPJ. Contudo, essa decisão exige análise contábil para evitar problemas com o fisco.


✅ Conclusão: o imposto está no detalhe

Aplicações financeiras em nome da empresa podem render bons resultados — mas sem o devido planejamento, o empresário pode ser surpreendido por uma tributação maior do que esperava.

No Escritório Líder, analisamos o seu regime tributário, o tipo de aplicação e o melhor cenário para otimizar o ganho líquido e reduzir riscos fiscais.

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